CONHEÇA SOLUÇÕES ACÚSTICAS PARA ESCOLAS E AMBIENTES INFANTIS
Conversas, brincadeiras e gritos fazem parte da rotina das crianças. Mas quais são os efeitos dessa superexposição aos ruídos? Como minimizá-los?
Déficit de aprendizagem e de atenção, insubordinação, cansaço e irritabilidade são algumas das consequências desagradáveis do excesso de barulho em ambientes ocupados por crianças. Em situações mais graves, como no caso das crianças com algum tipo de transtorno do espectro autista ou as mais sensíveis à percepção do som, a intensidade de ruído pode ocasionar espasmos, ataques epilépticos e crises de raiva e pânico. Dependendo do nível, o barulho pode levar até mesmo à perda gradativa da audição.
Apesar dos riscos, não são poucos os ambientes barulhentos aos quais as crianças se expõem. Clubes, playgrounds e, praticamente, todos os locais destinados a atividades extracurriculares costumam ser bastante ruidosos. Ainda assim as escolas são apontadas por especialistas como os locais mais críticos.
Aprendizagem comprometida
Em praticamente todos os ambientes das escolas as crianças estão expostas a ruídos, mas as salas de aula, laboratórios, salas de informática e bibliotecas merecem uma atenção especial. “As crianças costumam passar a maior parte do tempo nestes ambientes mais fechados e o excesso destes ruídos impacta diretamente no aprendizado dos estudantes”, explica Claudia Mota, sócia do Ateliê Urbano Arquitetura e Paisagismo.
A arquiteta lembra que, nas salas de aula, o ideal é que o nível de ruído esteja entre 40 e 50 decibéis. No entanto, em alguns casos este número chega a 80 decibéis, ou seja, o dobro do recomendado, prejudicando a aprendizagem dos pequenos.
De acordo com Pablo Giordani Serrano, fundador da Pablo Serrano Soluções Acústicas e do Portal Acústica, é importante lembrar que a atenção da criança já é muito dividida entre todos os estímulos sonoros e isso varia conforme a idade. “No primário, elas precisam de espaços mais silenciosos e de um ambiente acústico mais adequado para reterem a atenção. Para crianças no ensino médio, os critérios são menos rígidos, já que são mais tolerantes aos ruídos”, diz.
Como resolver a acústica em cada ambiente escolar?
Entender a dinâmica de cada um dos espaços da escola é o maior desafio no projeto de acústica para ambientes escolares. “Na sala de aula, por exemplo, é muito importante garantir que a voz do professor chegue a todos os alunos da mesma forma sem que ele precise elevar o tom de voz e, também, garantir que os ruídos externos não interfiram na dinâmica das aulas”, conta Claudia.
De acordo com Carolina Mazzei, sócia do Ateliê Urbano, ainda é muito comum o uso de materiais com péssimo desempenho acústico nas salas de aula e nos corredores. O uso de cerâmica nas paredes e no piso, para facilitar a manutenção, é um exemplo clássico do que não deve ser feito. Além disso, pés-direitos altos – muitas vezes sem forro acústico –, são comuns nas escolas.
“Para resolver esse problema costumamos especificar a troca do piso por algum modelo vinílico, que ajude na absorção do ruído, e a instalação de forro acústico, normalmente algum modelo de forro mineral modular, que possibilita também a instalação das luminárias embutidas”, observa Carolina.
As nuvens acústicas podem ser usadas em áreas de uso coletivo, onde a criação de um espaço mais lúdico e divertido é bem-vinda. “Esta solução também pode ser usada nas salas maker, voltadas para o aprendizado ‘mão na massa’, em refeitórios e nos halls de entrada, ambientes nos quais é interessante manter o pé-direito alto e apelar para um visual mais diferente e criativo”, completa.
Soluções de projeto
Basicamente, há três tipos de produtos que podem ser usados em ambientes destinados ao público infantil: os absorventes (se o barulho for interno), os que promovam isolamento acústico (se o barulho vier de fora) e os de difusão sonora (mais comuns em salas de música e estúdios).
Os materiais de absorção sonora podem ser aplicados tanto em paredes quanto em tetos e pisos, de forma a garantir que o tempo de reverberação do som no ambiente seja mais baixo. Dependendo do formato e da quantidade de pessoas em um ambiente, pode ser necessário usar elementos refletivos sonoros para que o som chegue com mais propriedade em algumas posições de audição que são menos favorecidas, como por exemplo, nos fundos de salas de aula.
Já os materiais de difusão são pouco empregados, pois definem qualidade sonora em termos de requisitos mais sofisticados. “Não são aplicados em salas de aula, mas, com a Covid-19, os professores têm trabalhado em home offices ou até mesmo em estúdios improvisados. Uma sala de videoconferência precisa ter mais acústica e absorção sonora para garantir os tempos de reverberação mais baixos e a qualidade do áudio”, comenta Serrano.
Produtos personalizados
Embora seja possível e até comum intervir em ambientes já concluídos, é importante que a preocupação com a acústica esteja presente desde as primeiras definições de projeto. “Entendemos as necessidades, analisamos os problemas e só então criamos as soluções. Trabalhar desta forma facilita na pesquisa de materiais, no encaixe no orçamento do cliente e na criação de um projeto que realmente funcione”, revela Claudia.
A arquiteta também lembra que em projetos voltados para crianças outro elemento que não pode ser deixado de lado é a ludicidade. Portanto, o uso de cores e texturas sempre funciona muito bem, assim como o uso de painéis acústicos coloridos na parede e no forro podem ser uma excelente forma de brincar com a arquitetura.
Alguns forros podem ser pintados, por exemplo, e assim, o que era um branco básico pode se transformar numa variedade de cores imensa.
Case: Diversão e boa acústica
Promover uma transformação total na sala de informática da escola Notre Dame Rainha dos Apóstolos. Era essa a demanda que o escritório Ateliê Urbano tinha em mãos no projeto de renovação da instituição católica. “Eles precisavam de um espaço que representasse todas as inovações que estavam sendo feitas em seu processo pedagógico. E a primeira intervenção a ser feita deveria ser a criação de uma sala de multimídia”, conta Claudia Mota, sócia do Ateliê Urbano Arquitetura e Paisagismo.
O espaço de mais de 160 metros quadrados era exatamente como a maioria das salas de informática em muitas escolas: bancadas nas paredes, computadores enfileirados e alunos sem qualquer mobilidade. O partido do projeto foi baseado na flexibilidade do espaço e na criação de um ambiente que conversasse com alunos de diversas idades, desde a educação infantil até o ensino médio.
Além da grande área, a sala também apresentava um pé-direito muito generoso, com quase cinco metros de altura, mas que dificultava o bom desempenho acústico da sala. “Queríamos manter a sensação de amplitude e, depois de pesquisar muitas soluções, optamos por utilizar as nuvens Sonex illtec”, conta a arquiteta.
As nuvens foram utilizadas em duas cores diferentes marcando as variações das alturas no forro. O material trouxe um toque divertido e inusitado ao projeto. Tecnicamente, o Sonex Illtec auxiliou na redução da reverberação e na absorção de ruído. “O resultado ficou perfeito e os professores conseguem conduzir a aula de forma tranquila sem que seja necessário elevar a voz, mesmo com a grande dimensão do espaço”, explica a arquiteta.
Colaboração técnica
Carolina Mazzei – sócia do Ateliê Urbano Arquitetura e Paisagismo
Claudia Mota – sócia do Ateliê Urbano Arquitetura e Paisagismo
Pablo Giordani Serrano – fundador da Pablo Serrano Soluções Acústicas e do Portal Acústica
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O aumento da presença do ruído urbano é crescente e suas implicações no nosso cotidiano tem sido objeto de diversos estudos. Com base na resposta de 60 estudantes, com idade variando de 19 a 40 anos, com limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade, na audição de frases foneticamente balanceadas da língua falada, na presença de ruído urbano de tráfego, em ambiente controlado, foram obtidos Índices de Inteligibilidade de Fala. Uma análise dos sinais de fala e ruído foi realizada para maior compreensão do problema. Na produção do material de teste foi preservada a característica de longo prazo dos sinais de tráfego. O estudo mostrou que a função densidade de probabilidade laplaciana foi a que melhor representou os sinais de voz e ruído de tráfego.
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A acústica arquitetônica é a área da acústica que se destina ao estudo do condicionamento acústico de ambientes como salas de concerto, salas de aula, teatros, igrejas, salas de conferência, escritórios, etc. O estudo de acústica de salas compreende tanto a caracterização acústica de ambientes já existentes através de técnicas experimentais, quanto o projeto e simulação acústica de novos recintos através de modelos computacionais. Outra frente de pesquisa é a avaliação subjetiva da acústica dos ambientes, feita através de entrevistas com os usuários de tais ambientes. Tais entrevistas podem ainda ser combinadas com medições e simulações computacionais de forma a correlacionar dados objetivos com dados subjetivos.
- Tempos de reverberação (T20, T30, T60): tempo que a energia sonora leva para decair 60 dB a partir do momento em que a fonte sonora cessa de emitir som,
- Early Decay Time (EDT): tempo que a energia sonora leva para cair os primeiros 10 dB a partir do momento em que a fonte sonora cessa de emitir som,
- Claridade (C80): expressa uma razão entre a energia sonora contida nas primeiras reflexões (até 80 [ms]) pela energia sonora contida no restante da resposta impulsiva,
- Índice de transmissão da fala (STI): um índice calculado a partir da resposta impulsiva que expressa o grau de inteligibilidade da fala no ambiente,
- Fração de Energia Lateral (LEF): expressa uma razão entre a energia sonora que atinge o ouvinte lateralmente (entre 5-80 [ms]) pela energia sonora que atinge o mesmo vinda de todas as direções (entre 0-80 [ms]),
- Early Support (ST_Early): expressa a razão entre a energia sonora das primeiras reflexões pela energia sonora do som direto para uma resposta impulsiva gravada no palco a 1 [m] da fonte sonora, entre outros.
No caso do uso do modelo computacional, utiliza-se um software que usa como dados de entrada:
- a geometria precisa da sala, elementos aplicados às paredes, teto, piso, etc,
- os coeficientes de absorção e difusão acústicos das diversas superfícies que compõe o ambiente (paredes, colunas, mobília, absorvedores e difusores),
- as posições e direcionalidades das fontes sonoras e
- as posições e o modelo de audição dos receptores (o último usado para fins de auralização).
No caso da medição experimental da resposta impulsiva uma fonte sonora omnidirecional (dodecaedro) é usada para excitar a sala com um ruído de banda larga (sweep ou ruído branco). A resposta é captada por um microfone omnidirecional (bi-direcional ou bi-auricular, dependendo do parâmetro acústico desejado) em uma dada posição. Através da de-convolução entre a pressão sonora medida pelo microfone e o sinal de excitação fornecido à sala, consegue-se obter a resposta impulsiva da mesma.
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A audição é um sentido evolutivo fundamental, em que a percepção de sons e ruídos nos ajuda na comunicação e identificação de fontes de perigo. Atualmente, ela tem sofrido cada dia mais com um efeito capaz de prejudicar a saúde e diminuir a capacidade auditiva, a poluição sonora.
Essa condição constante em nossa rotina traz prejuízos a curto e longo prazo para todos que estão expostos a ela. Pensando na importância desse assunto, reunimos algumas informações importantes sobre o que é poluição sonora e seus efeitos na saúde das pessoas. Continue a leitura conosco e confira!
O que é poluição sonora?
A poluição sonora é todo e qualquer ruído que possa causar danos à saúde. São diversas as situações que provocam desconforto acústico, desde uma pessoa falando alto, até o ruído de um avião decolando.
Ela acontece quando o som altera a condição normal da audição em um espaço. Diferente de outros tipos de poluição, não se acumula no meio ambientes, entretanto, ocasiona diversos dados à saúde, qualidade de vida, e fauna, sendo considerada um problema de saúde pública em todo o mundo.
A poluição sonora é um dos maiores problemas ambientais dos grandes centros urbanos e um dos fatores ambientais que mais provoca problemas de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quais são os malefícios da poluição sonora?
Muitos associam a poluição sonora com a perda auditiva, mas ela vai além. São alterações no sono, irritação, depressão, zumbido, perda de desempenho cognitivo e outras várias doenças, que abordamos em mais detalhes abaixo.
Efeitos auditivos
Ao saber o que é poluição sonora, é fácil entender porque ela é a causa mais comum de perda auditiva. Nosso sistema auditivo é formado por células sensoriais de audição que, uma vez lesadas, não se regeneram.
A surdez causada pelos barulhos pode acontecer a longo prazo, como em exposição prolongada a um ambiente de nível de ruído médio, como indústrias e trânsito, ou imediato, como um tiro de revólver próximo ao ouvido.
Irritação
A irritação aparece quando o ruído interfere nas atividades diárias, em sentimentos, sono e momentos de descanso, provocando reações negativas como raiva, cansaço, e outros sintomas de estresse.
Doença cardiovascular
Os barulhos excessivos também podem ser relacionados com doenças como infarto, hipertensão arterial e acidente vascular encefálico. Devido à exposição constante, ocorre maior estímulo no sistema nervoso autônomo, elevando a pressão, e contribuindo para processos como a aterosclerose.
Desempenho cognitivo
Como afirmamos acima, barulhos excessivos são considerados pela Organização Mundial de Saúde um problema de saúde pública por seus efeitos sobre crianças e adolescentes. Nessa idade, os ruídos aumentam os efeitos da irritabilidade, dificuldade de concentração e frustração, prejudicando diretamente o desempenho profissional e cognitivo.
Distúrbios do sono
A qualidade do sono interfere de forma direta na saúde. Mesmo enquanto dormimos, percebemos e reagimos aos ruídos, que impedem o efeito restaurador de diversas funções, mantendo o nível de estresse elevado de forma inconsciente.
Como minimizar os malefícios dos ruídos excessivos?
É possível ver que um ambiente silencioso não só nos acalma, como também nos traz mais saúde. Por isso, investir em soluções que levem mais conforto acústico para o seu lar é um investimento com vários benefícios.
Atualmente, alguns exemplos de isolamento acústico, que minimizam ruídos e protegem o indivíduo dos malefícios dos barulhos, como:
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Dispositivos de vedação;
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Janelas e portas antirruído;
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Drywall com lã de vidro;
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Painéis acústicos;
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Revestimentos de gesso.
O drywall, por exemplo, é um material sustentável e termoacústico, responsável por atenuar ruídos internos e externos, com a possibilidade de aplicação de lãs de vidro como o Wallfelt para aumentar o isolamento acústico.
Por se adequar a qualquer tipo de vedação interna, inclusive em áreas sujeitas à umidade, como cozinhas e banheiros, o Wallfelt se integra aos sistemas hidráulicos, elétricos e demais cabeamentos de forma simples e segura.
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