Os termos condicionamento e isolamento acústico se local a duas abordagens complementares para a adequação acústica de ambientes. É importante conhecer os conceitos e terminologias básicas usadas em acústica para saber como avaliar um ambiente e escolher seus materiais adequados para condições de condicionamento ou isolamento.

Veja a seguir as hipóteses e a descrição de cada um.

Figura 1: Diferença entre Isolamento e Condicionamento Acústico.
Fonte: Manual de Acústica Básica da ProAcústica.

Isolamento Acústico  - Esse conceito se refere ao potencial que algo tem de impedir que o som transpasse o próprio elemento, seja uma parede, uma laje, uma porta, um vidro.

Quanto maior o Isolamento, menos som chegará ao outro lado do elemento. Para se ter um bom isolamento necessitamos em base de duas coisas: A primeira delas é vedação (estanqueidade), ou seja, este elemento não pode ter aberturas, frestas ou perfurações e a segunda é massa (peso), quanto maior o peso, densidade e rigidez, maior o isolamento deste elemento, salvo alguns poucos casos.

No Brasil o índice acústico mais usual para caracterizar o isolamento de sistemas/elementos construtivos é o Rw [dB], que significa “Índice de Redução Sonora Ponderada” medido em laboratório. Abaixo, a figura ilustra a curva de isolamento em função da frequência e o respectivo valor global Rw de uma porta em madeira.

Figura 2: Ensaio Rw de porta em madeira (fabricante Sincol) no laboratório IPT.

Você já deve ter ouvido falar que o isolamento acústico medido em campo pode ser diferente do isolamento medido em laboratório. De acordo com o Manual de Acústica Básica da ProAcústica isso acontece porque em um laboratório é possível garantir que a transmissão sonora ocorra somente pelo elemento ensaiado, diferentemente de uma situação real – construção de uma parede, instalação de portas ou janelas, por exemplo.

Figura 3: Isolamento medido em laboratório VS campo.
Fonte: Manual de Acústica Básica da ProAcústica.

Condicionamento acústico – Quando tratamos de condicionamento acústico estamos falando de como o som emitido dentro do ambiente se comporta no mesmo. Este som emitido pode ser a música produzida por um instrumento, a própria fala e o som emitido por alto-falantes.

Quanto melhor o condicionamento mais o ambiente estará adequado para seu objetivo de uso, por exemplo, em um estúdio de gravação o objetivo é que a gravação seja de qualidade, já em um estúdio de ensaios, o objetivo é de que os músicos ouçam bem seus próprios instrumentos, assim como o conjunto como um todo. Outros ambientes como Igrejas, Teatros, Club’s, Arenas esportivas, também necessitam de condicionamento, cada qual com seu objetivo de uso.

Figura 4: Representação da Resposta Acústica de uma Sala
Fonte: Recording Studio Design with Omid Bürgin
http://www.omidburgin.com/index.html

Uma das formas mais utilizadas para controle de um bom condicionamento de ambientes é através do uso de materiais com propriedades de absorção sonora, a eficiência é caracterizada pelo coeficiente de absorção sonora α (alpha) cujo valor varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 0 menor sua capacidade de absorção.

A caracterização acústica dos materiais para a propriedade de absorção sonora é realizada em laboratório por meio do índice “Coeficiente de Redução de Ruído – NRC”, que é dado pela média aritmética dos coeficientes de absorção sonora nas frequências de 250, 500, 1000 e 2000 Hz. Também é muito utilizado o índice “Coeficiente de Absorção Sonora Ponderado – αw” Abaixo, a figura ilustra a curva de absorção em função da frequência e o respectivo valor global αw de uma espuma acústica.

Figura 5: Ensaio αw de espuma acústica (fabricante OWA) no laboratório IPT.

É de extrema importância que os materiais sejam caracterizados em laboratório tanto para propriedades de isolamento quanto absorção, para que os estudos acústicos dos consultores possam ser elaborados, realizando cálculos e simulações computacionais do comportamento de ambientes e desempenho de sistemas construtivos.